BASTAM 30 MINUTOS!


cigarro_20562467.jpgEstudos apresentados no XVI Congresso Mundial de Cardiologia, que recentemente teve lugar em Buenos Aires, mostraram que bastam 30 minutos de exposição ao fumo do tabaco para que os não fumadores sofram alterações nas suas artérias que aumentam o risco cardíaco.
Quem está exposto habitualmente ao tabagismo passivo tem um risco cardiovascular quase tão elevado como o dos fumadores: – os não fumadores que inalam fumo alheio experimentam um aumento de 30% no seu risco de doença coronária. Mas o mais alarmante é a velocidade com que o tabagismo passivo lesa o sistema cardiovascular.
“Sabemos que apenas trinta minutos de exposição ao fumo do tabaco alheio é suficiente para observar mudanças na função das artérias dos não fumadores”, afirma o Dr. Joaquín Barnoya, director de investigação da Unidade de Cirurgia Cardiovascular da Guatemala e Professor da Universidade Washington, em St. Louis (EUA). “O fumo do tabaco em segunda mão produz um dano directo ao endotélio (membrana interna dos vasos sanguíneos), responsável pela dilatação e contracção das artérias.”
Vários estudos mostraram que o tabagismo passivo causa lesões cardiovasculares equivalentes entre 80 a 90% às lesões de que sofrem os fumadores.
Daí a importância dos ambientes livres de fumo. “As novas evidências estão em consonância com o já conhecido e ajudam a compreender a diminuição rápida da doença cardíaca depois da implementação de ambientes livres de fumo de tabaco.”
“ Na Itália, Califórnia (EUA) e noutros lugares do mundo, que implementaram ambientes livres de fumo, observou-se que a mortalidade e incidência de enfartes do miocárdio diminuiu rapidamente”, sublinha o Dr. Joaquín Barnoya.
Resta saber se em Portugal, onde a lei vigora há cerca de um ano, os resultados são semelhantes. Mas tenhamos esperança de que assim seja.
Já desde o início da sua publicação (1942) que a Saúde e Lar vem alertando os seus Leitores para estes perigos. É por isso, para nós, muito compensador constatar que, cada vez mais, a Ciência nos vai dando razão, embora um pouco a conta-gotas... Mas mais vale tarde do que nunca!
Notícias Médicas/S&L