PARA UMA VIDA ABUNDANTE --- ÁGUA ABUNDANTE

INTRODUÇÃO
Quando penso em vida abundante, uma das imagens que me vem logo à mente é a de um anúncio televisivo de uma marca de pilhas, cujos bonecos (por si activados) nunca mais paravam. As pilhas eram identificadas como pilhas “AA”, de alcalinas. 
Com esta imagem podemos facilmente olhar para a condição procurada por tantas pessoas para combaterem o cansaço, e manterem-se activas, como aqueles brinquedos alimentados longamente pelas pilhas AA. Pois uma das melhores, mais baratas e mais fáceis maneiras de obter essa energia é com uma palavra começada por “A” e terminada por outro “A”: ÁguA!

A vida não é possível sem água, e o seu uso correcto é fonte de saúde. Este elemento é um dos mais potentes remédios naturais que alguma vez existiram para a cura da doença. 
A água constitui a mais alta percentagem de composição do organismo. Grande parte dos órgãos, como o estômago, o pâncreas, o fígado e o cérebro, são fundamentalmente água. Por exemplo: o cérebro é composto por 75% de água. Sem ela, nenhuma célula consegue viver, nada se pode processar no nosso organismo. O nosso corpo é composto por inumeráveis pequenas fábricas dependentes da água, que armazenam milhares de outras unidades altamente diversificadas e todas elas dependentes da água, que compõe a matéria da vida. Muitas dores de cabeça são devidas à ausência de água suficiente nesta zona do corpo.
Se é tão importante, de quanto necessito de AA por dia?
Uma média de 60 por cento do peso corporal é água. A água é o principal constituinte do organismo. Portanto, numa pessoa que pese 60 kg, 36 kg são água!
A quantidade de água de que uma pessoa necessita depende do seu peso. O indivíduo médio necessita de, pelo menos, oito copos por dia, para substituir a água que perde. Uma pessoa com 75 kg, precisa de 2,3 litros (cerca de 9 copos, capacidade média do copo 2,5 dl). 
Os rins filtram mais de 20 litros por dia. Necessitamos de 10-12 copos de água por dia para manter este sistema em óptimo funcionamento.
Como é regulada a necessidade de AA (ingestão e excreção)
A hormona antidiurética, ADH (vasopressina) é produzida pela hipófise, uma glândula cerebral. Para além de outras funções, esta hormona verifica e controla a água contida no nosso organismo. É o relógio dos rins, determinando a quantidade de água que deve ser expelida ou conservada. Devido ao ciclo biológico vital, o seu funcionamento é diferente consoante se trate do dia ou da noite. Esta glândula liberta mais vasopressina quando a pessoa dorme de noite, havendo assim produção de urina inferior. 
Com o estilo de vida moderno, caracterizado pelo prolongamento das horas de trabalho pela noite dentro, utilização de luz artificial, entre outras consequências, originam-se alterações profundas no funcionamento hormonal, nomeadamente na hipófise. Isto permitiria perceber por que razão o ser humano moderno não se pode regular simplesmente pelo “instinto”, no que diz respeito à satisfação dos seus níveis hídricos diários. Muitas pessoas não entram com esta variável na equação da sua vida, e pensam que não precisam de mais água do que aquela que a sua sede determina. É neste ciclo de pensamento que muitos aceitam como natural não beberem água. Infelizmente, isto acarreta graves problemas para a saúde, impedindo uma vida abundante.
Como saber se tenho bebido a AA suficiente?
Uma regra simples é a de beber o suficiente para manter a sua urina clara. O corpo perde cerca de 10 a 12 copos de água por dia através da pele, dos pulmões, da urina e das fezes. A comida fornece 2 a 4 copos de água, deixando-nos cerca de 6-8 copos de água para beber. Uma maneira de se certificar de que bebe a quantidade diária necessária é bebendo 2 copos quando acorda de manhã. Faça-o antes de ser apanhado pelas actividades do dia. Com 2 copos já bebidos, só terá de beber mais 4 a 6 durante o resto do dia. Assim, distribua-os deste modo: 2 a meio da manhã, 2 a meio da tarde e 2 antes do jantar. Não espere até ter sede, pois desse modo não beberá o suficiente.
O poder da AA
O velho ditado português explicita uma verdade confirmada em muitas áreas da vida natural e humana: Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura!
Para percebermos o impacto da água no cansaço humano, podemos considerar uma experiência na qual o Dr. G. C. Pitts submeteu atletas a consumos diferentes de água. 
Assim se constatou que o consumo de água aumenta a resistência, particularmente se o tempo está quente. Isto acontece porque a água permite regular a temperatura do corpo, pois a sua ingestão diminui a temperatura. 
Num tapete, os atletas andavam à velocidade média de 5,5 km por hora num ambiente quente. Depois, estes atletas foram divididos em vários grupos:
– no primeiro grupo, os atletas não beberam água; 
– num segundo, beberam a água que quiseram para matar a sua sede;
– num terceiro grupo, foram forçados a beber quantidades que equivaliam à quantidade que tinham perdido através da transpiração.
Os resultados deste estudo realizado na Escola de Saúde Pública da Universidade de Howard, em Washington, revelaram as seguintes conclusões: 
– na primeira experiência os atletas correram três horas e meia e pararam de exaustão; 
– na segunda experiência, mantiveram-se activos no tapete seis horas até pararem; 
– na terceira experiência, ao fim de 7 horas ainda tinham capacidade de prosseguirem com a sua actividade no tapete.
Outra consequência do consumo de água foi a de que, quando os atletas bebiam água equivalente à que tinham perdido, a temperatura do corpo não aumentava. Por outro lado, concluiu-se que, quando estes atletas bebiam apenas a quantidade que queriam, bebiam menos um terço do que gastavam na transpiração. 
Finalmente e como conclusão, está a influência sobre o metabolismo, resultante do consumo de água: o organismo produz constantemente matéria tóxica fruto do seu funcionamento. Impedir que esta matéria se acumule no organismo é uma das funções da água que ajuda os órgãos a funcionarem melhor com a sua limpeza. Assim se evita – com a eliminação da toxicidade do organismo – o cansaço natural de órgãos e células.
Concluindo: para uma vida abundante consuma água abundante!

Luís Nunes
Sociólogo da Medicina e da Saúde
Mestre em Saúde Pública

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